Estas são as 12 cobras mais venenosas do mundo! Isso não quer dizer que sejam necessariamente as mais perigosas, já que nem sempre as serpentes com o veneno mais tóxico são as que mais atacam e, consequentemente, as que mais matam. O critério que usamos para elaborar esta lista é o da toxicidade do veneno, medido em DL50.
O DL50 (Dose Letal Mediana) é um indicador de toxicidade aguda. Ou seja: indica o potencial de intoxicação a curto prazo de uma determinada substância. A Dose Letal é dada em miligrama do veneno por quilo de massa corporal. Isso significa que, quanto menor a quantidade, mais tóxico será o veneno.
12. Naja
- Toxicidade: 0,656 mg/kg
- Gênero: Naja
- Localização: sudoeste, sul e sudeste da Ásia
Há mais de 20 espécies de cobras que pertencem ao gênero naja. Uma característica marcante desse tipo de cobra é o fato dela elevar boa parte de seu corpo e inflar o pescoço como um capuz quando se sente ameaçada. Além disso, as najas são capazes de cuspir veneno a mais de dois metros de distância para se defender de pedradores. Quando atinge a pele, o veneno causa irritação. Se pegar nos olhos, pode até cegar.
11. Cabeça-de-cobre australiana
- Toxicidade: 0,560 mg/kg
- Gênero: Austrelaps
- Localização: sudeste da Austrália
Existem três espécies de cobras pertencentes ao gênero Austrelaps: labialis, ramsayi e superbus. Todas elas são popularmente conhecidas na Austrália como copperhead ("cabeça-de-cobre"), o que se explica pela sua coloração marrom-acobreada. Essas cobras costumam aparecer pouco para seres humanos. Mas se forem provocadas, podem morder. Seu veneno é neurotóxico (provoca paralisia motora), hemolítico (destrói glóbulos vermelhos) e citotóxico (destrói células).
10. Cobra-marrom-manchada
- Toxicidade: 0,360 mg/kg
- Espécie: Pseudonaja guttata
- Localização: nordeste da Austrália
Como já deu para notar, as cobras mais venenosas do mundo estão mesmo na Austrália. A espécie Pseudonaja guttata vive em planícies e tem o hábito de sair para caçar durante o dia. À noite, mantém-se escondida em buracos profundos no solo. Seu veneno é principalmente neurotóxico, provocando paralisia motora na sua presa.
9. Gwardar
- Toxicidade: 0,473 mg/kg
- Espécie: Pseudonaja nuchalis
- Localização: em grande parte da Austrália continental
Esta espécie de cobra-marrom-ocidental pode ser encontrada em grande parte do território australiano, em regiões áridas e semi-áridas (florestas, matagais e pastagens). Um indivíduo dessa espécie pode atingir 1,6 metros. Essa espécie é conhecida por sua rapidez e pela agressividade com que enfrenta qualquer ameaça. Seu veneno, além de ser neurotóxico, é também hemolítico.
8. Cobra-da-morte
- Toxicidade: 0,400 mg/kg
- Espécie: Acanthophis Antarcticus
- Localização: litorais leste e sul da Austrália
Essa cobra tem um tipo físico curioso: seu corpo é atarracado (cresce até 75 cm), sua cabeça tem formato de flecha e sua cauda é fina. É conhecida como mestre da camuflagem e da emboscada, ficando imóvel no meio do mato à espera de suas presas. Apesar de seu veneno ser altamente neurotóxico, podendo matar uma pessoa em apenas seis horas, são raros os casos de mortes humanas causadas por picadas dessa espécie.
7. Serpente-tigre da Ilha de Chappell
- Toxicidade: 0,194 mg/kg
- Subespécie: Notechis ater serventi
- Localização: Ilha de Monte Chappell, próximo à Tasmânia, e outras ilhas do Arquipélago Furneaux
A serpente da Ilha de Chappell, que vive nas ilhas tasmanianas, é a maior espécie das cobras pertencentes à família das tiger snakes (cobras-tigre), podendo atingir quase dois metros de comprimento. O que, à primeira vista, a diferencia de outros tipos de cobras-tigre é a sua belíssima coloração verde-oliva.
6. Cobra-marinha-comum
- Toxicidade: 0,164 mg/kg
- Espécie: Enhydrina schistosa
- Localização: Mar Arábico, sul e sudeste da Ásia, ilhas costeiras da Índia
Também conhecida como cobra-marinha-de-nariz-de-gancho ou cobra-marinha-de-Valakadyn, a Enhydrina schistosa é uma espécie altamente venenosa e perigosa, responsável por cerca de metade dos casos de picadas de cobras-marinhas registrados no mundo. Essa cobra-marinha pode atingir 100 m de profundidade e permanecer até cinco horas submersa. Seu veneno é tão potente que apenas uma mordida dessa cobra contém uma dose capaz de matar seis pessoas.
5. Serpente-tigre-preta
- Toxicidade: 0,131 mg/kg
- Subespécie: Notechis ater humphreysi
- Localização: ilhas da Tasmânia e King
Essa subespécie é encontrada apenas nas ilhas da Tasmânia e King. Tem hábitos diurnos, embora durante o verão ela prefira se deslocar à noite. Ela geralmente é encontrada em florestas mais densas ou áreas pantanosas. Sua língua bifurcada serve como um sensor para detectar as presas mais escondidas.
4. Serpente-tigre
- Toxicidade: 0,118 mg/kg
- Espécie: Notechis scutatus
- Localização: principalmente no sudeste da Austrália
Essa é uma das cobras mais temidas de toda a Austrália. Ela geralmente é vista em ambientes pantanosos ou próximo de riachos, e não gosta nada de ser perturbada. Quando se sente ameaçada, levanta a cabeça, infla o corpo e assobia alto, como se dissesse: "não ouse se aproximar mais". Seu veneno é altamente neurotóxico, podendo levar uma pessoa à morte em até 30 minutos.
3. Taipan-costeira
- Toxicidade: 0,099 mg/kg
- Espécie: Oxyuranus scutellatus
- Localização: norte e leste da Austrália e Nova Guiné
A terceira espécie de cobra mais venenosa do mundo costuma medir dois metros de comprimento e habita regiões costeiras mais úmidas e quentes. Pode-se encontrá-la em pastagens, plantações, troncos ocos e até no lixo (é que no lixo geralmente há ratos, uma de suas presas preferidas).
Devido à sua proximidade em relação aos seres humanos e ao seu comportamento agressivo, a taipan-costeira é considerada uma das cobras mais perigosas da Austrália. Antes de 1956, quando seu antídoto foi desenvolvido, uma picada de taipan-costeira significava morte certa.
2. Cobra-marrom
- Toxicidade: 0,053 mg/kg
- Espécie: Pseudonaja textilis
- Localização: Nova Guiné e Austrália
Como essa espécie está distribuída pelas regiões mais povoadas do território australiano, não é incomum dar de frente com uma cobra dessas na Austrália. Tal como a taipan-costeira, a marrom é perigosíssima, e não costuma "pensar duas vezes" antes de dar um bote.
Apesar de sua mordida expelir uma dose pequena de veneno, a toxicidade é elevadíssima, o que ocasiona inúmeras mortes humanas. Nenhuma espécie de cobra mata tantas pessoas na Austrália como a cobra-marrom - o que faz dela a cobra mais perigosa do país. O veneno provoca paralisia e hemorragia.
1. Taipan-do-interior: a cobra mais venenosa do mundo!
- Toxicidade: 0,025 mg/kg
- Espécie: Oxyuranus microlepidotus
- Localização: regiões semi-áridas da Austrália
Apesar de seu veneno poderosíssimo - o mais tóxico do mundo! -, essa cobra não é nem de longe a mais perigosa. Isso quer dizer que, devido à sua distribuição no território e ao seu temperamento, espécies como a marrom ou a taipan-costeira oferecem muito mais riscos aos seres humanos do que a taipan-do-interior.
Além de ser uma cobra "tímida", a poderosa taipan vive em regiões remotas, de modo que os contatos com pessoas são bastante raros. Seu veneno, além de ser ultra potente, possui uma enzima chamada hialuronidase que facilita a sua difusão na corrente sanguínea. Sorte que essa cobra é relativamente mansa e vive bem longe das cidades.
No vídeo abaixo, é possível ver bem de perto a cobra mais venenosa do mundo:
Qual é a cobra mais venenosa do Brasil?
A cobra mais venenosa do Brasil é a coral-verdadeira (gênero Micrurus). Há 32 espécies de corais-verdadeiras no Brasil, todas elas pertencentes à família da cobra naja e da mamba (Elapidae). Uma característica marcante da coral, além de seu comprimento pequeno (80 cm) são os anéis brancos, pretos e vermelhos ao longo de todo o corpo.
A coral-verdadeira pode ser encontrada em quase todo o Brasil, do Rio Grande do Sul ao estado de Tocantis. Sua toxicidade é considerada alta, 0,69 mg/kg, ficando um pouco atrás da naja (a 12ª colocada nesta lista). Uma picada de coral pode provocar visão dupla, tonturas, dores musculares e insuficiência respiratória. Se a pessoa picada demorar a receber tratamento médico, a picada pode ser fatal.
Picadas de cobra em números
De acordo com a ONG internacional Médico Sem Fronteiras, 5,4 milhões de pessoas são picadas por cobras todos os anos. Destas, 100 mil morrem e 400 mil ficam com algum tipo de lesão que pode incapacitar para o trabalho.
Preocupante, não é mesmo? Por isso, a Organização Mundial da Saúde desenvolveu uma estratégia que pretende reduzir esse número pela metade até 2030. O grande desafio é aprimorar o tratamento e facilitar o acesso a antídotos em algumas regiões do mundo.
Gostou desse conteúdo? Então você certamente vai curtir estes também: